CENTRO DE
MEDICINA NUCLEAR

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Pioneiro na história da medicina nuclear sul americana, o Centro de Medicina Nuclear do Instituto de Radiologia InRad HCFMUSP se destaca pelo seu parque tecnológico instalado atualmente, que conta com duas gama câmaras, um PET/CT e um PET/RM, para atendimento de pacientes.

Além disso, dispõe-se de centro de imagem experimental com laboratório de radio química e radio farmácia aplicada a estudos experimentais, equipamento pré-clínico de imagem micro-PET/SPECT/CT e dois biotérios.

Com o rápido desenvolvimento da imagem molecular, o Centro de Medicina Nuclear do InRad está preparado para suprir as demandas de FDG (glicose marcada) utilizada em tomografia por emissão de pósitrons (PET) para todas as unidades do Complexo do HCFMUSP, através de um Ciclotron de alta potência, que também permite o desenvolvimento de novos marcadores nas áreas de oncologia, neurologia e cardiologia.

Nesta estrutura trabalham de forma integrada médicos, biomédicos, enfermeiros, químicos, farmacêuticos, biólogos, físicos e engenheiros, todos com uma única finalidade, desenvolver o campo da imagem molecular no país.

História do Museu da Medicina Nuclear

O CMN abriga o primeiro Programa de Residência Médica na especialidade, criado em 1987 sob a coordenação do Dr. Fausto Hironaka e que formou mais de 100 residentes e 60 estagiários médicos nos 30 anos seguintes, além dos profissionais que aqui estagiaram desde a década de 1960.

Resgatar um pouco do passado para situar o presente e vislumbrar o futuro.

Embora a especialidade de Radiologia já existisse desde os primórdios do século passado, o primeiro aparelho de raios-X em São Paulo foi instalado em 1906, no consultório do Dr. Walter Seng, cirurgião de nacionalidade austríaca. Em 1909, a primeira instalação hospitalar foi adquirida pelo Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (1). Na Santa Casa também o serviço de Radiologia foi o primeiro a iniciar o arquivo de radiografias, posteriormente selecionadas para serem utilizadas em aulas na futura Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) (2).

Em 1910 o Dr. Rafael Penteado de Barros esteve na Europa, frequentando os mais avançados centros de estudos em Física e Radiologia. Na França, estudou com o Prof. Antoine Beclère, considerado o pai da Radiologia francesa. Na volta ao Brasil, foi trabalhar no Instituto Paulista, que possuía moderna instalação radiológica, onde foram produzidas as primeiras radiografias acompanhadas de relatório descritivo e diagnóstico, mesmo local onde o Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho realizava cirurgias. Deste modo, o Dr. Rafael foi convidado pelo Dr. Arnaldo a ser o preparador da futura Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, criada em 1912, e a ser diretor do Gabinete de Radiologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2).

No dia 31/03/1913, as aulas na Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo (futura Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), foram iniciadas. O Prof. Edmundo Xavier, um dos organizadores do curso, formado na Europa, ao regressar ao Brasil, foi um dos primeiros a adquirir um aparelho de raios-X e a usá-lo em seu consultório, tanto para diagnóstico quanto para tratamento, além de estudar o emprego da eletricidade na terapêutica. Nessa mesma data, o Dr. Rafael Penteado de Barros foi contratado como preparador da 1ª Cadeira de Física Médica (2).

Em 1920, vários médicos eram apontados e identificados como radiologistas em vários hospitais, onde, na maioria, a unidade de raios-X ficava nos Departamentos de Cirurgia, Patologia ou Medicina Interna (14). Em 1926, a Radiologia tornou-se parte do novo curriculum da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo (1).

Em 1944, com a inauguração do Hospital das Clínicas da FMUSP, teve início o Programa de Residência Médica. Os Médicos Residentes à época eram denominados Médicos Internos, no primeiro ano, e Médicos Adjuntos, no segundo ano. O primeiro Médico Residente no Serviço de Radiologia da FMUSP foi o Dr. Flávio Bevilaqua, em 1944 e 1945 (2), tendo como Professor de Radiologia o Prof. Rafael Penteado de Barros.

A partir de 1962, os médicos passaram a ser denominados Residentes, sendo os primeiros a receber tal designação no Hospital das Clínicas da FMUSP o Dr. Paulo Roberto de Barros Arruda e o Dr. Tadao Sonoda (2).

Em 1965 foi criada a cátedra de Radiologia na FMUSP, e em 1966 o Prof. Paulo de Almeida Toledo tomou posse, em 1967 criou a Disciplina de Radiologia Clínica. Em 1968, sugere que a Cátedra seja dividida em disciplinas, para efeito de concursos de livre-docência, criando o Departamento de Radiologia Médica e Diagnóstico Radiológico (1).

Até o início dos anos 1970, a Radiologia avançou de forma relativamente lenta em comparação com algumas outras especialidades médicas. O advento da ultra-sonografia (US), da tomografia computadorizada (TC) e da ressonância magnética (MRI) forneceu um estímulo significativo para a especialidade, ampliando as ferramentas de diagnóstico e a inclusão dos procedimentos de Radiologia na Medicina.

Estes novos métodos renovados, revolucionados, modificaram os protocolos de diagnóstico para um número significativo de doenças (3).

No Brasil, o primeiro aparelho de tomografia computadorizada foi introduzido em 10 de dezembro de 1976 no Hospital Beneficência Portuguesa, pelo Dr. Nélio Garcia de Barros, neurorradiologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e pelo Dr. José Zaclis, Prof. livre-docente da FMUSP. Como não havia livros, pela introdução recente da técnica, ambos conversavam muito para se chegar ao diagnóstico (4).

Em 1977, o Prof. Álvaro Eduardo de Almeida Magalhães lançou o Manual de Residência Médica em Radiodiagnóstico e em 1978 tomou posse como Professor Titular do Departamento de Radiologia da FMUSP (1), onde esteve até 1995, sendo sucedido pelo Prof. Giovanni Guido Cerri, atual Professor Titular, que vem implementando sucessivas melhorias, inclusive com a recente inauguração do prédio novo, estimulando a produção científica e a expansão dos cursos institucionais.

Nosso Programa de Radiologia e Diagnóstico por Imagem foi o pioneiro no Brasil a introduzir o terceiro ano de Residência Médica em 1982. Inicialmente com uma a duas vagas em 1944, houve um aumento gradual até atingir as atuais 24 vagas anuais.

Também foi o pioneiro a introduzir o quarto ano em 1990, com concurso aberto para todo o País, denominado de Fellowship à época, sendo dividido por aparelhos em Tomografia Computadorizada, Intervenção Vascular e Ultrassonografia. Posteriormente, tornou-se parte do Programa de Complementação Especializada da Faculdade de Medicina da USP, sendo dividido por áreas de especialidade, contando em 2017 com 48 vagas, distribuídas entre 3 vagas em Abdome, 1 vaga em Abdome & Pesquisa, 6 vagas em Medicina Interna (Abdomen & Tórax), 2 vagas em Tórax, 1 vaga em Cabeça e Pescoço & Neurradiologia, 3 vagas em Cabeça e Pescoço, 2 vagas em Cardiologia, 3 vagas em Mama, 6 vagas em Músculo-esquelético, 5 vagas em Neurradiologia, 10 vagas em Oncologia, 4 vagas em Pediatria, 2 vagas em Ultrassonografia, destinadas aos diversos Institutos do Complexo HC e ICESP.

Em 2016, foi introduzido com sucesso o Projeto Mentoria para nossos Médicos Residentes, que conta com Mentores de alto nível, tornando a relação uma agradável troca de experiências entre gerações e diferentes níveis de Residentes.

Além do parque tecnológico atualizado nos vários Institutos do Complexo HC, dispomos de corpo de médicos radiologistas de excelência voltados para o ensino, contamos com equipe multidisciplinar altamente gabaritada e com infraestrutura moderna voltada para o ensino e a pesquisa. Entre os médicos radiologistas contratados, a grande maioria é oriunda de nosso programa de Residência Médica ou da Complementação Especializada, perpetuando a qualidade e a dedicação ao ensino e pesquisa, visando as novas gerações e a Radiologia do Futuro.

Site da USP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-. Residência Médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem.
Belarmino A. Departamentos da Faculdade de Medicina da USP: Memórias e histórias. São Paulo: Universidade de São Paulo- USP; 2012. 264-83 p.
Moreira FA. Prova Nacional dos Residentes e Especializandos em Radiologia e Diagnóstico por Imagem no Brasil: instrumento de avaliação da Qualificação do Futuro radiologista. Clinics. 2007;62.
www.imagenologia.com.br.